Na última terça-feira
(10/08) o guitarrista do Scorpions, Matthias Jabs, concedeu uma entrevista
exclusiva feita pela equipe do Scorpions Brazil ao Whiplash! O
maior site de Rock e Heavy Metal do Brasil. Matthias falou sobre a
possibilidade de voltarem ao Brasil outra vez antes do fim da banda e ainda
comentou que seria maravilhoso poder tocar no Rock in Rio 2011. Confira!
Scorpions Brazil: Estou ligando em nome do Scorpions Brazil
e Whiplash.net e primeiramente gostaria de lhe agradecer por estar nos dando
esta entrevista. Sabemos que vocês estão em turnê pelos EUA e Canadá.
Matthias: Sim estamos no Canadá neste momento.
SB: E como está sendo essa turnê para vocês?
Matthias: Está indo muito bem. É uma turnê excelente, ingressos esgotados em
todos os lugares. Uma ótima turnê e muita diversão.
SB: Esta turnê, Get Your Sting and Blackout Tour, começou em Maio e
desde então vocês já passaram por diferentes países na Europa e América do
Norte, quais você diria que foram os melhores momentos até agora?
Matthias: Tivemos muitos momentos bons, mas ainda sentimos que é apenas o
começo de tudo. Começamos no final de Abril e passamos pela Alemanha – não
fazíamos isso há um bom tempo, e ingressos esgotados no nosso próprio país foi
definitivamente um grande momento da turnê. Mas também estar no palco e tocar
para grandes públicos no verão é sempre muito empolgante, mas ainda estamos bem
no começo da turnê e temos em vista pelo menos mais dois anos.
SB: Percebemos que vocês não tocaram muitas músicas do novo álbum.
O Sting in The Tail é um excelente disco, não seria o caso de explorar um pouco
mais isso nos shows? Os fãs brasileiros estão esperando por isso.
Matthias: Sim, no momento tocamos três músicas do novo disco. Mas também,
acho que é a média. Costumávamos tocar até quatro e acho que se você tocar um
setlist como o nosso, quando o disco é novo não é tão ruim. Eu sei que os fãs
tem o disco em casa, eles sabem as músicas de cor e salteado, porém sempre tem
aqueles que vão aos shows e ainda não conhecem as músicas, então tentamos
manter um limite.
SB: Então podemos esperar um setlist parecido aqui no Brasil?
Matthias: Parecido. Provavelmente vamos mudar um pouquinho.
SB: Michael Schenker estava com uma turnê marcada no Brasil para agosto
desse ano, mas infelizmente o músico cancelou as apresentações. Existe alguma
chance de Michael ou outro antigo integrante da banda vir com o Scorpions em
turnê pelo Brasil, uma vez que nunca tivemos a chance de ver uma reunião dessas
ao vivo por aqui?
Matthias: Não, acho que não. Fizemos isso uns 2 ou 3 anos atrás após o
lançamento do DVD Wacken, todos estavam lá, Uli, Herman, Michael. No momento
estamos nos concentrando nesse novo show. Nós vimos Michael em Oklahoma , num
festival e Herman também, eles tocaram lá. Então, se encontramos eles, sempre
os convidamos para tocar como convidados no palco, o mesmo com as bandas de
apoio que tivemos, Cinderella, Ratt, Vince Neil... Nós os convidamos para o
palco. Nem sempre acontece, mas de vez em quando. Mas fazer algo com os ex
integrantes não é o plano no momento. Talvez no futuro.
SB: Que bom! Porque nunca tivemos a oportunidade de ver algo assim por
aqui.
Matthias: Pois é, fizemos apenas na Europa e as pessoas nos perguntam a
mesma coisa nos EUA, mas a turnê vai continuar por mais dois anos e talvez
tenhamos a oportunidade de fazer algo assim em outro momento.
SB: Vocês irão trabalhar com algum convidado brasileiro, como em 2008?
Matthias: Não é uma possibilidade. Trabalhamos extensivamente com nosso
amigos para o projeto Acoustica mas no momento nada está planejado. Por
exemplo, Andreas Kisser é sempre bem vindo, mas não temos nada planejado. Se
algo acontecer espontaneamente, legal, se não, fica para a próxima.
SB: O Rock in Rio deve voltar finalmente às verdadeiras origens e
retornar ao Rio de Janeiro em 2011. Existe alguma possibilidade de o Scorpions
se apresentar no festival e relembrar os tempos de ouro do Rock in Rio 85?
Matthias: Absolutamente! Todos nós temos ótimas lembranças do primeiro Rock
in Rio em 1985, seria maravilhoso se acontecesse novamente. Esta é a primeira
vez que escuto essa notícia, mas seria legal se pudéssemos fazer isso de novo e
com certeza estamos dispostos a fazer!
SB: Você é reconhecido por construir excelentes introduções. Como é o
processo criativo de suas introduções na guitarra? No quê você se baseia?
É muito diferente do processo para elaborar um solo, por exemplo?
Matthias: É, a música normalmente tem algo... a vibe, a melodia,
o vocal que me leva a criar os solos, porque eu acho que a música deve
continuar no solo e até possivelmente ter mais energia e não como alguns solos
que você pensa “Ok, aqui é a parte intrumental” sem estar conectado à musica. A
mesma coisa com a introduções, eu quero criar algo espetacular ou melódico,
depende. Por exemplo, “Bad boys Running Wild” tem uma ótima introdução para o
disco inteiro (Love At First Sting) enquanto que “No One Like You” ou “Rock You
Like a Hurricane” tem introduções que as pessoas já reconhecem antes de ouvir
os vocais e isso é muito importante para mim.
SB: Em geral, quais são suas principais influências musicais?
Matthias: Eu diria que cresci entre a música clássica que é muito forte na
Alemanha e os grandes compositores como Beethoven e Mozart, todos vieram da
Alemanha e Áustria. Mas também sou do blues, cresci com blues e ouvindo Jimi
Hendrix no início, aprendi com Johnny Winter e as influências estão aí no meio,
mas você não percebe muito porque tento ser independente desde criança, quando
eu escutava a mim mesmo e tentava desenvolver meu próprio estilo.
SB: Qual a composição que você fez para o Scorpions que você mais
gosta e nunca tocou ao vivo? Tem vontade de tocá-la?
Matthias: Eu sempre gostei da música “Money and Fame”, do Crazy World.
Muitas pessoas conhecem já que esse disco é um dos mais conhecidos. Mas
infelizmente nunca tocamos essa música ao vivo, mas sabe, temos muitas músicas
que nunca tocamos ao vivo (risos). Tem também “China White”, do Blackout, uma
música que tem aquele peso, essas duas músicas são bem pesadas e eu adoraria
tocá-las ao vivo. Já consigo até ver as luzes do show e poderia criar uma
atmosfera legal com a guitarra, mas por algum motivo nunca tocamos essas
músicas ao vivo.
SB: Tenho algumas perguntas para fazer agora que eu gostaria que você
respondesse com a primeira coisa que vier à cabeça.
Matthias: Ok.
SB: O que você tem escutado ultimamente?
Matthias: Ultimamente só tenho escutado aos nossos próprios shows. Quando
estou em turnê, depois do show, os ouvidos ficam zunindo sabe, e não escuto
música. Mas para ser honesto eu tenho escutado o último disco do Jeff Beck.
SB: Um artista com o qual você gostaria de tocar mas adoraria fazê-lo.
Matthias: É um que infelizmente já morreu, eu diria Jimi
Hendrix, mas é impossível (risos).
SB: Meio impossível. Talvez em outra vida... (risos)
Matthias: É,Talvez (risos).
SB: Quais são seus discos favoritos de rock?
Matthias: Hm, tem muitos! Led Zeppelin I e II e então o primeiro disco do
Van Halen... e claro Electric Ladyland do Jimi Hendrix.
SB: Você tem algum arrependimento na sua carreira?
Matthias: Não. Nós estamos tendo uma ótima carreira, nem tudo foi perfeito sabe,
você sobe e desce e em geral nós mais subimos, mas os momentos de fraqueza
também são parte da vida e parte de uma carreira. Eu não me arrependo de nada e
não gostaria de mudar nada, vamos manter as coisas exatamente como estão.
SB: Em 2014, você virá ao Brasil assistir os jogos da Alemanha na Copa
do Mundo?
Matthias: Ah seria legal. Acho que a carreira dos Scorpions terá acabado até
2014 e então teremos tempo para coisas assim, como nunca tivemos tempo antes
porque estávamos sempre ocupados o tempo todo e... sim, eu adoraria ver futebol
ao vivo no Brasil. Sabe, eu tenho amigos no Brasil e eles já me convidaram para
corridas de Formula 1 e para jogos de futebol também mas eu nunca tive a
oportunidade. E é uma boa idéia para quando terminarmos nossa carreira em uns
dois anos, finalmente poder fazer coisas desse tipo, seria bom.
SB: Algum outro plano pra quando vocês terminarem a banda? Não apenas
profissionalmente, mas coisas que vocês gostariam de fazer.
Matthias: Como eu disse, tudo que eu não pude fazer até agora. Ir a uma corrida
quando eu quiser, Formula 1, futebol e simplesmente fazer o que você quiser pra
variar. Fazer seus próprios planos (risos) e não seguir os planos da banda que
é quase um regime militar (risos). É tipo: “Olá, temos que estar lá a tal hora
no dia tal! ” e seria bom não ter que fazer isso por um tempo.
SB: E para finalizar: Existem alguns fãs que andam preocupados e
tristes com o final da banda. Você mencionou antes que esta não deve ser a
última passagem da banda pelo Brasil antes que a banda termine.
Matthias: Não, esta é oficialmente a última turnê, mas a pedidos, pois
ouvimos tantas vezes dos fãs “Mas vocês não vieram a esta cidade, nem aquela.”
E como você mencionou também, grandes festivais, como Rock in Rio ou tudo na
Alemanha, Rock im Park, ou na Suécia, ou um grande festival na América ano que
vem... tudo é possível. Não temos um plano preciso por agora, mas estamos
abertos a esse retornos porque as pessoas vão e esta não pode ser a última vez,
queremos vê-los de novo, talvez em outras cidades então estamos abertos a
possibilidades.
SB: O que você gostaria de dizer a esses fãs que estão com um
sentimento negativo com relação ao fim da banda?
Matthias: Tem sido uma ótima carreira para os Scorpions e tem sido uma
carreira bem longa. Eu estou na banda há apenas 32 anos, que já é um longo
período mas meus amigos Klaus e Rudolf estão juntos há 40 anos na banda. Até
mais para o Rudolf, é bastante tempo. Tem sido fantástico e agradecemos a todos
os fãs que tem nos apoiado bastante por muitos anos e décadas, mas a um certo
ponto nós queremos ser lembrados como estamos agora, em boa forma, correndo
pelo palco e daqui a 5 anos, quando a idade pesar, não queremos envelhecer sob
os holofotes, literalmente falando. Queremos ser lembrados como uma grande
banda, e você tem que terminar um dia.
SB: É o ciclo da vida.
Matthias: É... Antes que fique vergonhoso sabe (risos), você não quer um
cara de 70 anos cantando “Bad boys Running Wild” (risos)
SB: Na minha opinião, ainda seria legal! Mas a decisão é de vocês.
Matthias: Exatamente, poderia ainda ser legal, mas não queremos nos
arriscar. (risos)
SB: Gostaríamos que você soubesse que essas perguntas foram enviadas
por fãs. Nós anunciamos no Scorpions Brazil, pedimos sugestões, então a maioria
das perguntas foram enviadas por fãs.
Matthias: Que bom saber, foram perguntas boas, maravilhoso.
SB: Bom Matthias, em nome do Whiplash.net e da Equipe Scorpions Brazil
obrigado novamente por essa entrevista. Estamos ansiosos para vê-los novamente
no Brasil em Setembro.
Matthias: Muito obrigado. Estamos ansiosos também para voltar ao Brazil, é
sempre bom estar por aí.
Colaboração dos fãs: Bruno Brito, Cristy Slater,
Fábio Léda, Luiz Martins, Marco Antonio Bordini Junior, Pedro Sampietri, Renato
Batista e Renato Sannazzaro.
• Ouça a Entrevista (in English)
Na última terça-feira
(10/08) o guitarrista do Scorpions, Matthias Jabs, concedeu uma entrevista
exclusiva feita pela equipe do Scorpions Brazil ao Whiplash! O
maior site de Rock e Heavy Metal do Brasil. Matthias falou sobre a
possibilidade de voltarem ao Brasil outra vez antes do fim da banda e ainda
comentou que seria maravilhoso poder tocar no Rock in Rio 2011. Confira!
Scorpions Brazil: Estou ligando em nome do Scorpions Brazil
e Whiplash.net e primeiramente gostaria de lhe agradecer por estar nos dando
esta entrevista. Sabemos que vocês estão em turnê pelos EUA e Canadá.
Matthias: Sim estamos no Canadá neste momento.
SB: E como está sendo essa turnê para vocês?
Matthias: Está indo muito bem. É uma turnê excelente, ingressos esgotados em
todos os lugares. Uma ótima turnê e muita diversão.
SB: Esta turnê, Get Your Sting and Blackout Tour, começou em Maio e
desde então vocês já passaram por diferentes países na Europa e América do
Norte, quais você diria que foram os melhores momentos até agora?
Matthias: Tivemos muitos momentos bons, mas ainda sentimos que é apenas o
começo de tudo. Começamos no final de Abril e passamos pela Alemanha – não
fazíamos isso há um bom tempo, e ingressos esgotados no nosso próprio país foi
definitivamente um grande momento da turnê. Mas também estar no palco e tocar
para grandes públicos no verão é sempre muito empolgante, mas ainda estamos bem
no começo da turnê e temos em vista pelo menos mais dois anos.
SB: Percebemos que vocês não tocaram muitas músicas do novo álbum.
O Sting in The Tail é um excelente disco, não seria o caso de explorar um pouco
mais isso nos shows? Os fãs brasileiros estão esperando por isso.
Matthias: Sim, no momento tocamos três músicas do novo disco. Mas também,
acho que é a média. Costumávamos tocar até quatro e acho que se você tocar um
setlist como o nosso, quando o disco é novo não é tão ruim. Eu sei que os fãs
tem o disco em casa, eles sabem as músicas de cor e salteado, porém sempre tem
aqueles que vão aos shows e ainda não conhecem as músicas, então tentamos
manter um limite.
SB: Então podemos esperar um setlist parecido aqui no Brasil?
Matthias: Parecido. Provavelmente vamos mudar um pouquinho.
SB: Michael Schenker estava com uma turnê marcada no Brasil para agosto
desse ano, mas infelizmente o músico cancelou as apresentações. Existe alguma
chance de Michael ou outro antigo integrante da banda vir com o Scorpions em
turnê pelo Brasil, uma vez que nunca tivemos a chance de ver uma reunião dessas
ao vivo por aqui?
Matthias: Não, acho que não. Fizemos isso uns 2 ou 3 anos atrás após o
lançamento do DVD Wacken, todos estavam lá, Uli, Herman, Michael. No momento
estamos nos concentrando nesse novo show. Nós vimos Michael em Oklahoma , num
festival e Herman também, eles tocaram lá. Então, se encontramos eles, sempre
os convidamos para tocar como convidados no palco, o mesmo com as bandas de
apoio que tivemos, Cinderella, Ratt, Vince Neil... Nós os convidamos para o
palco. Nem sempre acontece, mas de vez em quando. Mas fazer algo com os ex
integrantes não é o plano no momento. Talvez no futuro.
SB: Que bom! Porque nunca tivemos a oportunidade de ver algo assim por
aqui.
Matthias: Pois é, fizemos apenas na Europa e as pessoas nos perguntam a
mesma coisa nos EUA, mas a turnê vai continuar por mais dois anos e talvez
tenhamos a oportunidade de fazer algo assim em outro momento.
SB: Vocês irão trabalhar com algum convidado brasileiro, como em 2008?
Matthias: Não é uma possibilidade. Trabalhamos extensivamente com nosso
amigos para o projeto Acoustica mas no momento nada está planejado. Por
exemplo, Andreas Kisser é sempre bem vindo, mas não temos nada planejado. Se
algo acontecer espontaneamente, legal, se não, fica para a próxima.
SB: O Rock in Rio deve voltar finalmente às verdadeiras origens e
retornar ao Rio de Janeiro em 2011. Existe alguma possibilidade de o Scorpions
se apresentar no festival e relembrar os tempos de ouro do Rock in Rio 85?
Matthias: Absolutamente! Todos nós temos ótimas lembranças do primeiro Rock
in Rio em 1985, seria maravilhoso se acontecesse novamente. Esta é a primeira
vez que escuto essa notícia, mas seria legal se pudéssemos fazer isso de novo e
com certeza estamos dispostos a fazer!
SB: Você é reconhecido por construir excelentes introduções. Como é o
processo criativo de suas introduções na guitarra? No quê você se baseia?
É muito diferente do processo para elaborar um solo, por exemplo?
Matthias: É, a música normalmente tem algo... a vibe, a melodia,
o vocal que me leva a criar os solos, porque eu acho que a música deve
continuar no solo e até possivelmente ter mais energia e não como alguns solos
que você pensa “Ok, aqui é a parte intrumental” sem estar conectado à musica. A
mesma coisa com a introduções, eu quero criar algo espetacular ou melódico,
depende. Por exemplo, “Bad boys Running Wild” tem uma ótima introdução para o
disco inteiro (Love At First Sting) enquanto que “No One Like You” ou “Rock You
Like a Hurricane” tem introduções que as pessoas já reconhecem antes de ouvir
os vocais e isso é muito importante para mim.
SB: Em geral, quais são suas principais influências musicais?
Matthias: Eu diria que cresci entre a música clássica que é muito forte na
Alemanha e os grandes compositores como Beethoven e Mozart, todos vieram da
Alemanha e Áustria. Mas também sou do blues, cresci com blues e ouvindo Jimi
Hendrix no início, aprendi com Johnny Winter e as influências estão aí no meio,
mas você não percebe muito porque tento ser independente desde criança, quando
eu escutava a mim mesmo e tentava desenvolver meu próprio estilo.
SB: Qual a composição que você fez para o Scorpions que você mais
gosta e nunca tocou ao vivo? Tem vontade de tocá-la?
Matthias: Eu sempre gostei da música “Money and Fame”, do Crazy World.
Muitas pessoas conhecem já que esse disco é um dos mais conhecidos. Mas
infelizmente nunca tocamos essa música ao vivo, mas sabe, temos muitas músicas
que nunca tocamos ao vivo (risos). Tem também “China White”, do Blackout, uma
música que tem aquele peso, essas duas músicas são bem pesadas e eu adoraria
tocá-las ao vivo. Já consigo até ver as luzes do show e poderia criar uma
atmosfera legal com a guitarra, mas por algum motivo nunca tocamos essas
músicas ao vivo.
SB: Tenho algumas perguntas para fazer agora que eu gostaria que você
respondesse com a primeira coisa que vier à cabeça.
Matthias: Ok.
SB: O que você tem escutado ultimamente?
Matthias: Ultimamente só tenho escutado aos nossos próprios shows. Quando
estou em turnê, depois do show, os ouvidos ficam zunindo sabe, e não escuto
música. Mas para ser honesto eu tenho escutado o último disco do Jeff Beck.
SB: Um artista com o qual você gostaria de tocar mas adoraria fazê-lo.
Matthias: É um que infelizmente já morreu, eu diria Jimi
Hendrix, mas é impossível (risos).
SB: Meio impossível. Talvez em outra vida... (risos)
Matthias: É,Talvez (risos).
SB: Quais são seus discos favoritos de rock?
Matthias: Hm, tem muitos! Led Zeppelin I e II e então o primeiro disco do
Van Halen... e claro Electric Ladyland do Jimi Hendrix.
SB: Você tem algum arrependimento na sua carreira?
Matthias: Não. Nós estamos tendo uma ótima carreira, nem tudo foi perfeito sabe,
você sobe e desce e em geral nós mais subimos, mas os momentos de fraqueza
também são parte da vida e parte de uma carreira. Eu não me arrependo de nada e
não gostaria de mudar nada, vamos manter as coisas exatamente como estão.
SB: Em 2014, você virá ao Brasil assistir os jogos da Alemanha na Copa
do Mundo?
Matthias: Ah seria legal. Acho que a carreira dos Scorpions terá acabado até
2014 e então teremos tempo para coisas assim, como nunca tivemos tempo antes
porque estávamos sempre ocupados o tempo todo e... sim, eu adoraria ver futebol
ao vivo no Brasil. Sabe, eu tenho amigos no Brasil e eles já me convidaram para
corridas de Formula 1 e para jogos de futebol também mas eu nunca tive a
oportunidade. E é uma boa idéia para quando terminarmos nossa carreira em uns
dois anos, finalmente poder fazer coisas desse tipo, seria bom.
SB: Algum outro plano pra quando vocês terminarem a banda? Não apenas
profissionalmente, mas coisas que vocês gostariam de fazer.
Matthias: Como eu disse, tudo que eu não pude fazer até agora. Ir a uma corrida
quando eu quiser, Formula 1, futebol e simplesmente fazer o que você quiser pra
variar. Fazer seus próprios planos (risos) e não seguir os planos da banda que
é quase um regime militar (risos). É tipo: “Olá, temos que estar lá a tal hora
no dia tal! ” e seria bom não ter que fazer isso por um tempo.
SB: E para finalizar: Existem alguns fãs que andam preocupados e
tristes com o final da banda. Você mencionou antes que esta não deve ser a
última passagem da banda pelo Brasil antes que a banda termine.
Matthias: Não, esta é oficialmente a última turnê, mas a pedidos, pois
ouvimos tantas vezes dos fãs “Mas vocês não vieram a esta cidade, nem aquela.”
E como você mencionou também, grandes festivais, como Rock in Rio ou tudo na
Alemanha, Rock im Park, ou na Suécia, ou um grande festival na América ano que
vem... tudo é possível. Não temos um plano preciso por agora, mas estamos
abertos a esse retornos porque as pessoas vão e esta não pode ser a última vez,
queremos vê-los de novo, talvez em outras cidades então estamos abertos a
possibilidades.
SB: O que você gostaria de dizer a esses fãs que estão com um
sentimento negativo com relação ao fim da banda?
Matthias: Tem sido uma ótima carreira para os Scorpions e tem sido uma
carreira bem longa. Eu estou na banda há apenas 32 anos, que já é um longo
período mas meus amigos Klaus e Rudolf estão juntos há 40 anos na banda. Até
mais para o Rudolf, é bastante tempo. Tem sido fantástico e agradecemos a todos
os fãs que tem nos apoiado bastante por muitos anos e décadas, mas a um certo
ponto nós queremos ser lembrados como estamos agora, em boa forma, correndo
pelo palco e daqui a 5 anos, quando a idade pesar, não queremos envelhecer sob
os holofotes, literalmente falando. Queremos ser lembrados como uma grande
banda, e você tem que terminar um dia.
SB: É o ciclo da vida.
Matthias: É... Antes que fique vergonhoso sabe (risos), você não quer um
cara de 70 anos cantando “Bad boys Running Wild” (risos)
SB: Na minha opinião, ainda seria legal! Mas a decisão é de vocês.
Matthias: Exatamente, poderia ainda ser legal, mas não queremos nos
arriscar. (risos)
SB: Gostaríamos que você soubesse que essas perguntas foram enviadas
por fãs. Nós anunciamos no Scorpions Brazil, pedimos sugestões, então a maioria
das perguntas foram enviadas por fãs.
Matthias: Que bom saber, foram perguntas boas, maravilhoso.
SB: Bom Matthias, em nome do Whiplash.net e da Equipe Scorpions Brazil
obrigado novamente por essa entrevista. Estamos ansiosos para vê-los novamente
no Brasil em Setembro.
Matthias: Muito obrigado. Estamos ansiosos também para voltar ao Brazil, é
sempre bom estar por aí.
Colaboração dos fãs: Bruno Brito, Cristy Slater,
Fábio Léda, Luiz Martins, Marco Antonio Bordini Junior, Pedro Sampietri, Renato
Batista e Renato Sannazzaro.
• Ouça a Entrevista (in English)