Rudolf Schenker concedeu uma entrevista ao Boston Globe, nos Estados Unidos. Confira a tradução feita pelo Scorpions Brazil!
Boston Globe, 03 de setembro de 2015
Algo engraçado aconteceu no caminho da linha final para o Scorpions, uma instituição do heavy metal numa turnê de despedida que deveria ter sido concluída no final de 2012. Olhando com atenção arquivos em busca de coleções de “bonus-tracks” em materiais deixados de fora de álbuns do grupo durante os anos 80 – “Blackout”, “Love at First Sting”, “Savage Amusement” e “Crazy World*”- o guitarrista Rudolf Schenker descobriu um livro que sua mãe havia lhe dado em setembro de 1965: um caderno registrando o dinheiro que seu pai havia lhe emprestado quando ele fundou o Scorpions naquele mês.
“Eu fui com aquele livro ao estúdio e disse, olhem, rapazes, ano que vem é nosso 50º aniversário. Isso é algo realmente especial”, disse Schenker numa entrevista recente por telefone. “Nosso empresário imediatamente disse, “Seria fantástico se vocês pudesse celebrar isso, porque não há outra banda alemã que pode celebrar.” De fato, observou ele, apenas um punhado de bandas alcançaou essa marca de elite, consagrados nomes como Rolling Stones, the Who, the Beach Boys.
Estimulados pelo marco histórico, o Scorpions – Schenker, o vocalista Klaus Meine, o guitarrista Matthias Jabs, o baixista Pawel Maciwoda e o baterista James Kottak – terminaram “Return to Forever”, uma boa mistura de músicas novas e material reciclado com ganchos vintage. Também recém concluído é o filme “Forever and a Day”, um fantástico documentário com arquivos raros junto com gravações atuais ao vivo e francas entrevistas. Com tanta coisa para olhar à frente, ninguém queria pensar em parar ainda.
Boston Globe: “Return to Forever” começou com a banda cavando material antigo durante o seu pico de sucessos na radio e TV. Como as coisas mudaram quando você percebeu que o aniversário de 50 anos estava nas mãos?
Rudolf Schenker: Nós estávamos trabalhando no antigo DNA do Scorpions, então nós estávamos realmente nessa vibe. Porque nós trabalhamos com nosso time de produtores da Suécia, Mikael “Nord” Anderson e Martin Hansen – Mikael é um grande guitarrista e, crescento na Suécia, um dos primeiros álbuns que ele comprou foi “In Trance”, e ele se tornou um fã de Scorpions – ele nos deu, com sua parceria, o sentimento de fazer esse álbum muito fresco. Pensando sobre esse novo álbum para a nossa turnê do aniversário de 50 anos, nós pensamos que tínhamos que fazer um material do álbum de bônus tracks ainda melhor – aqui e ali um novo refrão quando o antigo não era forte o suficiente – e então nós dissemos que deveríamos ter algumas novas canções.
Boston Globe: O que contruibui para a longevidade da banda?
Rudolf Schenker:Eu sempre digo que estamos sobre três plataformas: amor, paz e rock’n’roll. Esse é o Scorpions, amor para “Still Loving You”, paz para “Wind of Change” e rock’n’roll para “Rock You Like a Hurricane”. Vindo da Alemanha, com a história de guerras mundiais e todas essas coisas, nós tínhamos em mente construir pontes entre gerações, entre religiões, entre diferentes filosofias e diferentes países. E eu acho que é por isso que ainda estamos juntos.
Boston Globe: Com 66 anos, você está em incrível boa forma. Como você fez para preservar sua saúde?
Rudolf Schenker:No fim dos anos 60 eu comecei a fazer yoga e meditção. Eu esta perto de deixar a música e ir para a Índia para fazer apenas meditação e viver no Himalaia. Então, mais tarde, percebendo que você passo um ano no estúdio, mais cedo ou mais tarde você terá problemas nas suas costas, eu comecei com esportes; antes de começar com a música, eu costumava jogar futebol. E, claro, a grande química da banda é muito importante. Quando alguém da banda passava do limite, os outros caras sempre diziam “Ei, você precisa pensar sobre isso”. Então nós estávamos sempre ajudando uns aos outros a não nos perdemos nesse mundo global do rock’n’roll.
Boston Globe: No circuito do festival de verão na Europa este ano, você cavou fundo no catálogo de músicas antigas como “Top of the Bill” e “Speedy’s Coming”. Alguma coisa mudará nos Estados Unidos?
Rudolf Schenker:Não, nós queremos fazer a mesma coisa. Quando começamos nossa turnê do aniversário de 50 anos em primeiro de maio na China – e então tocamos na Coreia, Rússia, Polônia e França em grandes festivais, e na Inglaterra – nós tocamos esse set list, e tivemos uma resposta tão boa que dissemos, por que temos qua mudar alguma coisa? Nós temos um show de palco artístico, um palco multimídia, tudo é perfeito. E especialmente na América, onde eles realmente têm grandes expectativas, nós queremos dar o nosso melhor.
Boston Globe: Essa turnê vai até o fim de 2016. O que vem para você depois, então?
Rudolf Schenker: Meu irmão [o guitarrista Michael Schenker] já está muito bravo comigo, porque eu disse a ele, quando estávamos na turnê de despedida, que faríamos o álbum Schenker Brothers. Eu não toco com meu irmão há um bom tempo - talvez aqui e ali em um palco do Scorpions, como no Wacken [no Wacken Open Air festival], mas não em estúdio. Eu acho que seria algo grande a se fazer, e há muita gente esperando por isso.
Fonte: Boston Globe