Na última semana, Klaus Meine se reuniu com a equipe do Scorpions Brazil para uma entrevista exclusiva. Você pode conferir abaixo o bate-papo na íntegra! Durante a conversa, Klaus falou sobre sua relação com os fãs, Wind Of Change ter atingido o clube do bilhão em visualizações no YouTube, a turnê prevista para acontecer no Brasil em abril e sua volta para Manaus.
Não deixe de responder a pergunta final feita por Klaus ao final da entrevista!
Klaus: E aí?
David: Olá!
Roberta: E aí? Quer um café?
K: Como vocês estão?
R: Bom, queremos fazer isso mais como uma conversa do que pergunta e resposta, pergunta e resposta. Então se você quiser pegar um café e ficar à vontade… e começamos. Muito obrigada por seu tempo e por esse bate-papo com a gente, estamos mais que animados para vocês voltarem ao Brasil, mesmo não sendo uma época normal para nós já que vocês costumam vir em setembro ou outubro, é bem diferente para nós, alguns fãs se surpreenderam. Por que em abril? Só por causa do Monsters of Rock?
K: Ah, não sei. Acho que, quando o plano da turnê para a América Latina foi apresentado, pareceu bom e pensamos que era uma boa oportunidade para tocar alguns festivais com nossos amigos do Kiss e do Deep Purple. É um pacote legal. Voltar de uma forma grandiosa, tocar nos estádios grandes e entre isso tocar alguns shows só nossos. Voltar para o Brasil é sempre muito divertido e acho que vamos tocar uns quatro shows no Brasil, certo? Sempre nos divertimos muito aí, vocês sabem disso, e quando esse plano foi apresentado para nós, todos concordaram sem pensar duas vezes. É um ótimo pacote.
R: É mesmo.
K: De onde você está ligando, David? De Salvador?
D: Na verdade não. Eu estou no interior, uma cidadezinha onde meus pais moram. Eu cresci aqui, este é o meu quarto. Eu cresci aqui até os meus 14 anos.
K: E qual o nome da cidade? Salvador?
D: É Formosa do Rio Preto
K: David, eu pensei que você estava na Alemanha comemorando o aniversário especial do Dieter Dierks esta semana.
D: É, amanhã. Infelizmente não… Provavelmente eu vou tentar estar na Alemanha em maio, talvez para uns dois ou três shows do Scorpions.
K: OK.
D: Mas sim, é um dia muito especial para o Dieter, o aniversário de 80 anos dele, né?
K: Isso.
R: E você vai tentar ir?
K: Você quer dizer nós?
R: É. Ou você.
K: Não. Eu achei que o David fosse.
R: Acho que ele está um pouco longe.
K: Rudolf e eu gravamos um vídeo para o Dieter, um bem engraçado, uns dias atrás.
D: Eu também. Eu gravei um vídeo para o Dieter.
R: Vamos falar sobre Manaus. Como você se sente voltando para Manaus? Você, você vai fazer aquela viagem de barco pelo Rio Negro novamente? Ou talvez até pelo Rio Amazonas ou algo assim?
K: Nós temos ótimas lembranças da viagem de barco pelo Rio Negro uns anos atrás. Eu não tenho ideia de quanto tempo teremos para fazer algo, talvez fiquemos na cidade dessa vez. Não tenho ideia. Talvez exploremos a cidade de Manaus um pouco mais dessa vez.
R: Ok. Eu tenho ótimas lembranças lá.
D: Você disse que são quatro shows no Brasil, mas na verdade são cinco. Manaus, Ribeirão Preto, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre.
K: Ah sim. Florianópolis também. Me lembrei.
R: Então são cinco cidades.
K: Sim, vocês estão certos. São cinco shows. Ribeirão Preto é perto de São Paulo eu acho, certo?
D: Sim.
K: Quem está comandando o fã-clube brasileiro hoje em dia?
D: O David, principalmente.
K: O David?
R: É. Acho que ele tem mais energia que eu.
D: Todos nós. Todos nós.
K: “Todos nós” quem? Roberta, Patrícia…?
D: Roberta, Patrícia e eu.
K: Quantos fãs estão conectados com o fã-clube no Brasil?
R: Nós não temos…Não temos um fã-clube oficial…Não temos cadastros, temos seguidores, então no Facebook temos cerca de quinze mil, e temos um grupo no Whatsapp para alguns fãs e tem uns duzentos? Mas temos cerca de quinze mil seguidores no Facebook. Temos muitos fãs que nos seguem. Como postamos coisas em português, e no Brasil é muito comum as pessoas não falarem inglês, então traduzimos entrevistas e as coisas que vocês postam no Facebook, nós repostamos com a tradução em português, então é muito, muito legal. Temos esse fã-site desde 2007? 2006. Há quantos anos? Faz bastante tempo... Patrícia!
Patrícia: Olá.
R: Esta é a Patrícia. Ela está comigo no Scorpions Brazil desde o início.
P: Certo. Klaus, nós estávamos falando outro dia sobre os shows que vocês irão fazer e como a agenda está um pouco confusa pois vocês vão ficar subindo e descendo pelo mapa desta vez, não é um fluxo muito fácil. Vocês irão para São paulo e depois para Porto Alegre, e de volta para São Paulo, como vocês se sentem com relação a isso?
K: Bom, é isso que os promotores nos ofereceram, e como tem alguns shows que faremos sozinhos e shows que faremos com nossos amigos do Kiss e do Deep Purple, é um pacote completo, e foi assim que deu pra fazer. É assim que as coisas são.
P: Porque as bandas em geral, principalmente da Europa, falam bastante sobre como é difícil viajar pelo Brasil, sempre dependendo de aviões, ao invés de simplesmente entrar em um ônibus e dirigir por algumas horas. Acho que alguns fãs também estão sentindo isso dessa vez.
K: Sim, pode ser. Mas não podemos fazer nada, sabe.
P: Claro.
D: Deixa eu falar sobre uma coisa que você provavelmente não saiba, eu acho. Com esses cinco shows no Brasil, o último show em Porto Alegre será o 50º show no Brasil. É um grande número para o nosso país.
R: Será a 50ª vez… Cinquenta shows no Brasil.
D: Em Porto Alegre, o último.
K: Tendo começado provavelmente no Rock in Rio, até Porto Alegre agora. Ok. Isso é realmente algo. Que maravilhoso.
R: Então…? Vocês estão planejando algo especial para isso, ou não? Algo especial…?
K: Vamos organizar uma festinha.
R: Uma festinha? Vai ser legal.
P: Podemos ir?
K: Não sei.
R: Talvez possamos organizar uma festa e convidar vocês.
K: Está cedo para planejar algo. Não sei quando vamos chegar e quando vamos embora. Acho que o próximo show depois de Porto Alegre é na Argentina, certo?
D: Sim.
K: Então vamos ver. Depende de muitas coisas. Mas é ótimo que tenhamos tocado 50 shows no total ao longo dos anos, é fantástico. Mal podemos esperar para compartilhar o nosso novo show com os nossos fãs brasileiros, já faz um tempo.
P: Faz mesmo.
D: Falando sobre o Brasil e os Scorpions, vocês têm um cara brasileiro na equipe. O técnico de bateria do Mikkey Dee é brasileiro, Léo Soares. Como é trabalhar com ele?
K: Léo, sim. Ele é um cara muito legal. Nós temos uma equipe bastante internacional, o Léo sempre faz um trabalho muito bom com o Mikkey e ele é um ótimo cara. Temos orgulho de ter um membro brasileiro na equipe. É muito bom, ele é um cara legal.
P: Klaus, obviamente estamos todos animados para os shows e o grande festival Monsters of Rock, mas vocês também irão tocar shows sozinhos no Brasil, e eu estava pensando que já faz quase uma ano desde que o Rock Believer saiu. Como você se sente com relação às expectativas que vocês tinham, sobre as turnês que fizeram recentemente, a residência nos EUA, e como essas expectativas continuam agora com a nova turnê no Brasil?
K: Bom, passamos bastante tempo aqui nesse lugar durante a pandemia, gravamos o Rock Believer, e foi ótimo quando começamos a residência em Las Vegas no ano passado, em março, e pudemos tocar depois de um intervalo bem longo, fazer os primeiros shows. Foi maravilhoso tocar para os nossos fãs de novo e estar no palco. Foi um período assustador, nós tentamos deixar a pandemia do lado de fora da porta e trabalhar dentro do estúdio para gravar um novo álbum e foi como uma benção, de certa forma. A sensação de estar na estrada de novo no ano passado foi ótima, tocamos quase 60 shows, eu acho. Aqui na Europa, na América do Norte, no Canadá. E seguimos em frente, tivemos um intervalo agora e vamos continuar com o primeiro show em El Salvador no dia 8 ou 9 de abril, certo? E vamos para Bogotá. E nosso primeiro show no Brasil será em Manaus. Estamos muito animados para voltar este ano, e estaremos na estrada o verão todo com vários shows aqui na Europa. Até agora, tem sido ótimo estar por aí e tocar para os fãs de novo. Temos um set list novo, um show novo, algumas músicas novas no set list, o que é ótimo, e o álbum parece ser um sucesso com a comunidade do rock ao redor do mundo.
P: E vocês falaram sobre Manaus né? Da última vez que vocês estiveram em Manaus, bastante coisa aconteceu, foi como uma grande aventura. Vocês visitaram tribos indígenas, fizeram viagens de barco. Vocês planejam fazer isso de novo?
K: Na verdade não. Eu me lembro que daquela vez a viagem de barco foi algo muito espontâneo, de última hora. Eu gostei muito, ótimas lembranças, mas não sei se vamos fazer isso dessa vez, ou ficar pela cidade de Manaus, vamos ver. Não temos planos por agora, mas muitas lembranças boas.
R: Eu também.
P: E seria possível ter novas gravações, como o DVD que fizeram naquela época, como uma comparação de cerca de dez anos atrás e agora?
K: Você quer dizer Manaus ou Brasil?
P: Manaus.
K: Acho que essa é a terceira vez que tocamos em Manaus.
P: Sim, mas vocês tiveram alguns grandes eventos em Manaus.
K: É. é ótimo. Acho que da última vez tocamos no Sambódromo. É sempre…Por sermos da Europa, precisamos pensar nas vacinas, na malária e tudo isso, precisamos de vacinas, mas como já fizemos tudo isso acho que dessa vez não precisaremos. Mas é sempre um pouco…. Bom, no fim, tocar lá foi uma experiência ótima. Pessoas maravilhosas, um país lindo, e ter tido a chance de estar na Amazônia é fantástico. Fomos em um passeio com nossos amigos do Greenpeace, Rudolf e eu tivemos a chance de sobrevoar a floresta tropical uns anos atrás, que também foi uma experiência linda. É sempre especial e sabemos que nosso fãs brasileiros adoram as músicas, eles são bem malucos, um público bem louco e é exatamente como gostamos.
P: E por falar nessa relação com os fãs, vocês estão pensando, ou talvez os produtores falem com vocês sobre isso… Teremos meet and greets? Por que eu acho que essa será a primeira vez desde a pandemia que muitos irão a um show, e para muitos ainda é bem delicado voltar ao que era normal, esse contato. Como vocês estão se sentindo com relação a isso?
K: Depois de termos feito tantos shows nos EUA no ano passado, ainda é bom ter cuidado por conta da covid-19. É bom ter cuidado. Mas com a vida na estrada, e com os shows nos EUA e no Canadá, foi como era antes da pandemia, tenho certeza que será igual no Brasil.
P: Então podemos esperar alguns meet and greets, possivelmente?
K: Não sei. Não há nada planejado ainda, sei que para os fãs será ótimo. O David esteve algumas vezes em Las Vegas, eu acho. Os meet and greets nos EUA fazem parte do pacote, sabe, eles vendem os ingressos e junto você tem o meet and greet, tira uma foto e tudo isso. Não é a mesma coisa aqui na Europa ou na América do Sul, não sei qual é o plano. Talvez eles organizem algo para algum show. Já que vamos participar do Monster of Rock, o Kiss irá tocar depois da gente, então talvez essa seja a chance de encontrar os fãs depois do nosso show. Não sei, seria lindo.
P: Eu ficaria muito feliz, porque eu vou aos seus shows desde 2005 e nunca consegui ir a um meet and greet.
R: Algo sempre dá errado, né?
P: Algo sempre acontece, às vezes eu até tinha como ir, tinha o passe para ir mas não consegui de fato estar lá.
K: Quem sabe dá certo dessa vez.
R: Talvez dessa vez,quem sabe?
R: Nós temos algo para mostrar para você, que o Uli mandou para o David. Eu não tenho ideia se você irá lembrar disso, eu vou mostrar e gostaríamos que você comentasse esse momento da sua vida, certo?
K: Ok.
R: Você consegue ver a minha tela?
D: É do Facebook do Uli, e do Patreon do Uli. É um vídeo legal.
R: Então, o que você acha? Você consegue fazer isso de novo?
K: É um pulo muito legal. Muito legal. Quem mandou para vocês? O Uli? Uli?
D: Sim, o Uli postou no Facebook e no Patreon dele. Ele tem um Patreon.
K: Sim, naquela época, no início dos anos 70, o Uli estava sempre filmando com a sua câmera Super-8. Um desses caras é o Jürgen Rosenthal, que tocava bateria com a gente naquela época. Eu não reconheço o outro cara.
D: É o Asterix.
K: Quem?
D: Asterix. O Uli não lembra o nome dele de verdade, era um roadie, algo assim.
K: Um dos roadies. Eu não reconheci o rosto dele nesse vídeo. Mas o cara pulando é bem legal.
P: E como você aprendeu a fazer isso?
K: Como?
P: Como você aprendeu a fazer isso?
K: Você nunca aprende uma coisa dessas. Acho que depois quando fizemos a famosa pirâmide no palco… Acho que os caras do Kiss pensaram que éramos artistas, do circo, sabe? Mas sempre foi divertido, essas coisas eram bem espontâneas e havia tanta energia no palco, e fizemos coisas como a pirâmide. Mas nesse dia, o Uli estava filmando e nós estávamos só curtindo, nos divertindo, e, sei lá, foi um pulo bem alto, ficou bem legal. Acho que estava apenas me aquecendo para o que estava por vir com a banda.
P: O melhor que estava por vir.
D: E falando sobre Wind of Change, faz dois dias que o vídeo alcançou um bilhão de visualizações no YouTube. Como você se sente com relação a isso? É uma música global, e um bilhão de visualizações no Youtube é um grande marco.
K: É um número incrível. É difícil entender um bilhão de pessoas, um bilhão de cliques para Wind of Change no Youtube. É legal, depois de tantos anos parece que a música não perdeu a sua mensagem, o seu significado, falando sobre um mundo pacífico. É maravilhoso, depois de todos esses anos a música ainda parece ser tão relevante. Acho que é um momento incrível para alcançar este número e entrar para o clube dos bilhões, assim por dizer. Tem algumas músicas por aí… David, talvez você possa descobrir quais são as músicas desse clube.
D: Tá, posso.
K: Mas é muito legal fazer parte deste clube dos bilhões, demorou um pouco mas conseguimos. E ainda tem uma nova geração vindo aí e conhecendo essa música e essa mensagem, e tomara que possam ver que um futuro pacífico é atualmente mais importante do que nunca.
D: E vocês mudaram a letra da música em Las Vegas pela primeira vez, porque a mensagem sobre a Rússia não se encaixou bem dessa vez.
K: Sim, eu pensei que não era a hora de romantizar a Rússia com a letra “eu sigo o Moskva até o Gorky Park”. Quando eu escrevi essa música, Wind of Change era como uma promessa de paz, de caminhar juntos em um futuro pacífico, e depois de tantos anos, essa promessa foi quebrada no ano passado. Eu senti que eu queria demonstrar nossa solidariedade pela Ucrânia, então mudei algumas palavras.
R: Vamos torcer por dias melhores.
K: Sim, esperamos que dias melhores estejam por vir, mas agora com essa tragédia que atingiu a Turquia e a Síria, esse terremoto chocante em que tantas pessoas perderam suas vidas, é muito triste. Mas é bom ver tantos países dando apoio à Turquia e à Síria, tentando ajudar essas pessoas e salvar vidas, se é que é possível a essa altura. Com as temperaturas tão baixas, está nevando lá e as pessoas estão sem casa, estão nas ruas tentando sobreviver. É muito triste.
P: Klaus, num assunto parecido mas não exatamente igual, você recentemente mencionou em uma entrevista ao Crazyscorps a frustração que não só você, mas muitos de nós sentimos. Você disse que “é frustrante ver a raça humana cometendo os mesmos erros de novo e de novo”, principalmente sobre o meio ambiente e coisas assim. Você mencionou as mudanças climáticas. Como isso tem afetado você e a banda, até com relação a encontrar inspiração para compor, pois eu acho que o Rock Believer trouxe muito disso com When Tomorrow Comes, Peacemaker. Você acha que isso ainda é a fonte de inspiração para você, para um álbum futuro, algo assim?
K: Quando, quando nós fizemos o show em Singapura em 2020… Alex, foi em 2020? Singapura, antes da pandemia?
A: Sim.
K: Quando começamos a pensar em fazer um álbum novo… Claro, dessa vez tudo começou com as letras e eu estava tentando me conectar com as minhas emoções e o que é que eu queria dizer com essas músicas. Eu quero fazer ótimas músicas de rock and roll onde as pessoas possam escapar da realidade, eu não queria fazer letras com tanto foco na pandemia. Mas claro, tem coisas como a mudança climática em When Tomorrow Comes, e Peacemaker… Peacemaker, sem tentar copiar Wind of Change, tem a mesma mensagem. Quando você lê as letras, é tipo, como pode a humanidade, a raça humana, ser tão burra de cometer os mesmo erros de novo e de novo, sabe? Por que não podemos nos unir e fazer deste um mundo mais pacífico para as gerações futuras que estão por vir? Muitas coisas estão nas letras de Peacemaker e When Tomorrow Comes…Mas mais do que tudo eu queria escrever músicas com uma energia positiva, que você possa curtir e escapar da realidade, com uma energia rock and roll. Eu mandei as letras para o Rudolf ele fez músicas muito boas. Eu pedi para ele, “bota um gás aí, me manda uns riffs bons, você é o cara, é o mestre dos riffs que detonam.” E ele me mandou umas coisas muito boas. Foi um jeito diferente de fazer esse álbum, mas deu muito certo e foi inspirador para nós.
P: E na verdade isso não é nada de novo para o Scorpions, nós sabemos há décadas que vocês às vezes lançam músicas sobre o mundo, a sociedade, sobre guerras e coisas assim. E acho que com o Rock Believer ficou bem claro que vocês tentaram trazer um pouco das duas coisas, tópicos sérios mas também “ei, é rock and roll, é isso que gostamos e é isso que fazemos”. Você acha que esse é o equilíbrio perfeito para o Scorpions hoje em dia, um pouco desses assuntos que se relacionam com coisas que estamos vivendo, mas também uma energia de deixar as coisas boas rolarem, uma vibe Rock You Like a Hurricane?
K: Eu só estou tentando refletir os anos recentes, o que passamos, e também o passado. É sempre um desafio, mesmo depois de tantos anos, você começa um rascunho com um pedaço em branco de papel, e o que você quer dizer? Com sorte, a criatividade volta a fluir e apenas sai, você escreve as letras com o coração e da melhor forma, e uma bela música surge. Rock Believer é uma ótima música, e estamos felizes de estar tocando acho que quatro músicas novas no set list que funcionam super bem com os clássicos, porque queríamos dar esse álbum novo com músicas novas para os nossos fãs. Nós gravamos esse álbum do jeito antigo. Não dissemos que íamos gravar uma ou duas músicas e ver o que acontece, foi desde o primeiro dia que queríamos fazer um álbum do jeito antigo, com doze ou mais músicas, e você se entrega de corpo e alma, e tenta provocar uma reação, tenta achar os tópicos certos com os quais a banda se identifica e que os fãs curtam, e você faz um ótimo álbum de rock.
P: E antes do lançamento de Rock Believer, vocês falavam já, prometiam, que esse seria o verdadeiro DNA dos Scorpions, e acho que todos ficamos muito satisfeitos de voltar a isso, como você disse “Rudolf, me manda uns riffs”, e acho que todos pudemos sentir o quão honesto, eu digo honesto no sentido do quão puramente Scorpions esse álbum é. Então, caso vocês gravem um novo álbum em breve, vocês seguiriam o mesmo caminho, ou tentariam algo diferente?
K: Mas não faz sentido falar sobre um álbum novo agora, o nosso álbum novo é o Rock Believer e ninguém sabe o que faremos depois dessa turnê, então esse futuro não faz sentido. Mas se fizéssemos um novo álbum, seria bom continuar com a mesma filosofia e com o mesmo DNA dos Scorpions, pois percebemos que o melhor jeito é fazer o que fazemos de melhor. E o fato de termos gravado aqui na nossa casa, no nosso estúdio, com uma equipe ótima e acreditamos no pessoal, na nossa própria equipe, junto do Hans-Martin Buff, e o Alex estava aqui, o Jakob Himmelein, tínhamos uma ótima equipe, mais do que ninguém. O Ingo Powitzer estava o tempo todo aqui com a gente no estúdio. Um time muito unido trabalhando junto como um só, sem um produtor de nome grande, nós só confiamos muito em nós mesmos e acho que foi um bom jeito desse álbum sair, e se fizéssemos outro, acho que seguiríamos esse exato caminho, foi a decisão certa.
R: Certo. Ok.
K: Mas não há planos por agora.
R: Você está sempre sendo entrevistado, você faz muitas entrevistas. Você já entrevistou alguém? Você foi o entrevistador alguma vez?
K: Se eu entrevistei alguém?
R: Sim.
K: Sim, eu entrevistei vocês hoje antes da Patrícia chegar.
R: Nós falamos sobre isso, porque queríamos que você fizesse algumas perguntas para os fãs no Brasil, como uma pequena entrevista, e vamos mandar as melhores respostas para você depois dessa entrevista. Você pergunta o que gostaria de saber, nós vamos selecionar as respostas e mandar para você.
K: Roberta, é uma ideia legal, mas só tem 24h em um dia e temos muitas coisas para fazer e tentamos nos dividir entre nós e também aproveitar um tempinho antes de continuar as turnês, não temos muito tempo para…
R: Tudo bem, nós entendemos.
K: Nós fazemos um monte de entrevistas como agora…
R: Eu entendo.
K: Até pegarmos a estrada de novo, acredite. Mas é uma boa ideia, é sempre bom estar em contato com os fãs e os fã-clubes, e no meu entendimento o melhor que posso fazer são entrevistas como estamos fazendo agora. Vocês são os fãs, vocês são a base de tudo, vocês abriram a porta das redes sociais para os nossos fãs brasileiros aí, e por isso considero importante falar com vocês e não apenas com grandes emissoras de TV, grandes jornais, eu acho que essa é a forma mais direta e próxima dos fãs. Mas vocês não são os únicos, eu acabei de falar com o Crazyscorps na França, e eu acredito que é um bom jeito de estar em contato com os fãs ao redor do mundo.
R: E nós somos gratos por isso. Porque se não, não faz sentido.
K: A minha filosofia é me aproximar e estar perto dos fãs, principalmente entre as turnês e por isso tentamos, junto com o Alex… antes do álbum sair, tinha muitas coisas que botamos nas redes sociais, no Instagram, no Facebook e até no Tik Tok. O Alex nos convenceu a usar o Tik Tok. Todas essas coisas são importantes, e fizemos o máximo, e mesmo sem poder ir a lugar algum na pandemia, nós estávamos aqui, onde estou agora, quase todos os dias com uma tela enorme na nossa frente, fazendo entrevistas ao redor do mundo. Isso foi fantástico. Tivemos a chance de estar perto da nossa base de fãs, então eu gosto de falar com vocês porque vocês são…como se chama isso?
D: Megafone
P: Os porta-vozes.
K: Also assim. E esse é o mais perto que podemos chegar dos fãs, se pudermos organizar um meet and greet, se for possível, é sempre ótimo. Mas do jeito que as turnês são organizadas, principalmente agora que faremos um show no Brasil com o Kiss, temos que ver como as coisas vão funcionar e o que é possível fazer. Basicamente, estamos felizes por ainda estar aqui em 2023, temos um álbum forte para a turnê, e sem pressão, sem pensar muito sobre o futuro, vamos fazer o que fazemos e veremos o que surge e o que o futuro reserva para o Scorpions. Estamos com a mente aberta. Agora sentimos que estamos no meio da turnê do Rock Believer e estamos curtindo bastante. Agora temos um intervalo, pois como eu disse, 60 shows foi bastante no ano passado. Muitas viagens. E vocês reclamam que ficamos indo pra cima e pra baixo no Brasil, mas vocês conseguem imaginar como nós nos sentimos?
P: Não é exatamente uma reclamação, mas sabemos que é puxado.
K: Eu entendo. É mais difícil para vocês seguirem a banda subindo e descendo no mapa.
P: Acho que estamos pensando como fãs que tentam ir a todos os shows, e sabemos que tem alguns por aí.
K: É, mas não podemos fazer nada.
R: Acho que essa será a primeira vez que não vou seguir vocês em tantos shows, acho que vou em dois pois é impossível para mim ficar subindo e descendo.
K: Bom, o rock and roll tem sempre altos e baixos.
P: Mas nós vamos estar lá. Vocês podem contar com a gente.
K: Eu tenho uma pergunta para os fãs, qual a sua música favorita do novo álbum?
P: Seventh Sun!
K: Sério?
R: Seventh Sun.
D: Gas In The Tank.
K: Qual?
D: Gas In The Tank. E Peacemaker. É um álbum bom.
P: É eu acho que o álbum é ótimo mas Seventh Sun mexeu comigo, eu amei. Na primeira vez que eu ouvi os primeiros segundos eu pensei “ah, isso é diferente, muito bom, gostei!”
R: Quando…
D: When I Lay My Bones To Rest também é ótima.
R: O álbum todo é ótimo, é incrível, mas Seventh Sun, assim como para a Patrícia, para mim é a melhor, me toca.
K: Sim. Que bom.
P: Eu fico dividida entre Shining of Your Soul também, gosto muito da energia da música e acho que foi uma surpresa nesse álbum.
R: Acho que Shining Of Your Soul e Seventh Sun são as minhas favoritas, mas Seventh Sun ganhou meu coração, é a campeã no meu coração.
K: E David, você curtiu Gas In The Tank e Seventh Sun quando tocamos ao vivo?
R: Sim, são absolutamente ótimas. É um retorno aos anos 80, mesmo eu não tendo nascido nessa época, é uma ótima parte do show e tenho certeza que os rock believers no Brasil vão gostar muito.
K: É isso que eu queria ouvir. Que ótimo.
D: Quem sabe podemos planejar algo especial para o 50º show no Brasil, quem sabe comemoramos esse grande número no nosso país?
K: Nós nem comemoramos os cinquenta anos do Lonesome Crow, e foi cinquenta anos atrás. Não lembro se…Bom, a gravadora nos deu um disco de ouro…
D: Um bem grande, eu vi nas fotos.
K: do Lonesome Crow, foi bem legal, mas além disso, não fizemos grandes comemorações. E foram cinquenta anos assim, cinquenta anos depois… e a melhor parte é que temos um novo álbum nesse momento e nunca se sabe o que vai acontecer na vida, a turnê tem sido maravilhosa, os fãs ao redor do mundo gostam do novo álbum e com o Mikkey na banda, tem muita energia vindo do baixo e da bateria com o Pawel e o Mikkey, e gostamos muito de tocar juntos, a banda é ótima, uma banda ótima ao vivo. Estamos nos preparando para em algumas semanas ou meses estarmos de novo em um avião, estaremos na estrada e é isso que fazemos. É um privilégio depois de tantos anos ainda poder fazer isso. Não fazemos pouco disso. somos muito gratos por termos essa carreira. E como você disse David, quando eu ouvi a notícia hoje que Wind of Change entrou para o clube das músicas de bilhões, dos bilhões de cliques no Youtube, isso é algo que lá no início, quando pensamos…. Vou contar uma coisa, quando eu escutei a música do Scorpions no rádio, lá no início, e eu ouvi a minha voz no rádio pela primeira vez, eu tive que parar o carro, pensei que eu ia ter um ataque cardíaco. “Uau! A nossa música está no ar, no rádio”. E vários anos depois ouvindo a minha rádio favorita, a Rádio BOB aqui na Alemanha, a minha esposa Gabi falou “aumenta um pouco” e eu disse “o que é”, e ela disse “é você” e eu disse “Eu? Eu não reconheço essa música. Que música é essa?” E era Through My Eyes, uma música…
D: Do Unbreakable.
K: É, do Unbreakable, gravamos há 20 anos. Então eu ouvi a minha própria música no carro,e tentando adivinhar que música era eu disse “vamos esperar o refrão”, e “uau, que música boa”, mas nunca tinha sido tocada no rádio. O que eu quero dizer é, 50 anos atrás era “Uau, Scorpions no rádio” e depois de tantos anos é tipo “Hein? O que é isso?”, “É você!”, “Sério?” Muito legal.
R: Podemos terminar e você pode tradicionalmente mandar uma mensagem para o Brasil, e é isso.
K: Olá, Rock Believers do Brasil, aqui é o Klaus Meine do Scorpions. Seria muito legal ver vocês curtindo bem loucos com a gente no Brasil. É impressionante, quando tocarmos em Porto Alegre será o nosso 50º show no Brasil, começando lá em 85 no Rock in Rio. E agora estamos de volta e mal podemos esperar para ver todos vocês novamente e rock you like a…Adivinha, like a hurricane. Certo, pessoal.
P: Klaus, muito obrigada.
K: Roberta, que bom te ver de novo e o David também. Patrícia. Vocês três são o trio mágico da operação brasileira de fãs.
R: Fazemos o nosso melhor.
K: Obrigado pelo apoio, e bom, estamos ansiosos para ver todos vocês de volta ao Brasil.
P: Estamos animados também! Obrigada Klaus. Obrigada, Alex.
R: Obrigada Klaus e Alex.
D: Obrigado Klaus, Obrigado pelo seu tempo. Obrigado Alex.
R: Não sei se o Alex está aí.
P: Dá um oi Alex.
A: Olá!
P: Oi. Bom te ver!
R: Obrigada pelo apoio Alex.
D: Obrigado.
R: Obrigada. tchau tchau.
A: tchau tchau.
K: Tchau tchau. Muito obrigado.
Scorpions estará de volta ao Brasil em abril de 2023 para cinco shows incríveis. Não perca a chance de ver esses os monstros do rock ao vivo e cantar junto com suas músicas favoritas. Confira os detalhes no link e marque a data em sua agenda:
12/04/2023 - Manaus/AM - Monsters Tour
18/04/2023 - Ribeirão Preto/SP - Ribeirão Rock Series
20/04/2023 - Florianópolis/SC - Hard Rock Live
22/04/2023 - São Paulo/SP - Monsters Of Rock
25/04/2023 - Porto Alegre/RS - Rock Believer Tour
Não importa se você é fã desde o início ou se acabou de se apaixonar pela banda, esses shows serão inesquecíveis. Compre seus ingressos agora e junte-se a nós para celebrar a música de Scorpions!