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Florianópolis
Eu saí cedo de casa onde moro em Porto Alegre para pegar o ônibus com destino à Florianópolis. A viagem de seis horas e meia foi tranquila, cheguei à Ilha da Magia por volta das 15h e fui direto encontrar o David e a Bela que estavam já hospedados no hotel próximo ao centro da cidade, onde também conheci o Bruno Felipe Menta, guitarrista da banda Heart Sting. Ele estava hospedado no mesmo hotel com toda a sua família, que também conhecemos e estavam super animados para ir ao show.
Normalmente, os seguidores do Scorpions Brazil acham que nós temos todas as informações da banda, mas, desta vez, fizemos reservas em todos os hotéis errados. Ao tentar descobrir os hotéis certos do resto da turnê, fomos informados que a banda queria mais privacidade e realmente estava ficando em hospedagens diferentes dos outros anos. Não pudemos fazer nada a não ser respeitar o que queriam. Então aproveitamos o dia para dar uma caminhada na orla de Florianópolis e ao fim da tarde nos encaminhamos para o Hard Rock Live.
Com um pouco de azar, pegamos um trânsito intenso de fim de tarde, combinado com o início do feriadão e a movimentação do próprio show, mas chegamos a tempo de conseguir nossos ingressos e aguardar o meet and greet. O Hard Rock Live já estava bem cheio cerca de uma hora e meia antes do show, que foi quando encontramos a ganhadora do concurso de meet and greet Kamila Marques. Ela estava bastante ansiosa, e claro, nós também!
Kamila Marques, ganhadora da nossa promoção, no Meet and Greet de Floripa |
Na verdade, preciso confessar uma coisa aqui: Apesar de eu fazer parte da equipe do Scorpions Brazil desde 2009, eu nunca havia participado de um meet and greet oficial com a banda. Sim, oportunidades já haviam surgido, mas por algum motivo eu não consegui participar, como por exemplo em 2019, em Porto Alegre, quando a produção local pediu que aguardássemos em um local específico até que viessem nos buscar para o meet and greet, mas ninguém apareceu. Então sim, eu estava bem ansiosa e com a sensação de estar prestes a cumprir uma missão. E a espera pelo meet and greet foi um pouco longa, nos levaram para o estacionamento da casa que dava acesso a uma salinha onde a banda estaria. Antes de entrarmos, nos passaram as regras: Não falar com a banda, não tocar nos integrantes da banda, não pedir autógrafos, não tirar selfies. Pouco depois ainda nos pediram para deixarmos todos os nossos pertences em uma mesa do lado de fora da sala.
Patrícia no Meet and Greet em Floripa |
Entramos e a banda estava posicionada em uma espécie de tablado que os deixava em uma posição mais alta que os fãs. Quando entrei, foi tudo absurdamente rápido. Se fiquei 15 segundos na presença da banda foi muito. Andei em direção a eles pensando “apenas sorria”, e logo já eu estava saindo. Do lado de fora, já pegando minha bolsa de volta, a Bela me pergunta: “Quem tava faltando?” e eu nem entendi a pergunta. Então me dei conta: apenas quatro scorpions estavam no meet and greet; Mikkey Dee não tinha aparecido. Até agora não sabemos o motivo disso. Mas tudo bem, minha missão estava cumprida, eu tinha participado de um meet and greet que durou cerca de 15 segundos.
David e Bela no Meet and Greet em Floripa |
Na saída, encontramos Rosalva e Marcus que chegaram atrasados por conta do trânsito e ainda tiveram o azar de terem ficado presos no engarrafamento por conta de um acidente que havia acontecido no meio do caminho. Mas passadas essas conturbações, bora pro show!
O show no Hard Rock Live foi o meu primeiro desta turnê. E preciso dizer que eu fiquei incrivelmente impressionada com a produção do palco. Eu nunca tinha visto um show do Scorpions tão bem produzido e com tanto peso quanto este da turnê Rock Believer. A banda realmente elevou o nível de entrega para o público com um show de luzes, de interação com os fãs e de peso no setlist (que não sofreu nenhuma alteração desde Manaus e Ribeirão Preto). Eu amei o show do início ao fim! Eu aguardei ansiosamente por Seventh Sun ao vivo, seguida por Peacemaker, e fiquei surpresa em ver os telões com trechos da letra desta última. Ficou mais dinâmico, mais envolvente, e com certeza mais interessante para os fãs que não acompanham muito a banda recentemente e estavam lá apenas para ouvir os clássicos.
O solo de Mikkey Dee também foi uma novidade para mim, achei super divertido a temática que a banda já havia usado nos shows nos Estados Unidos no ano passado, e muito digna a homenagem ao Lemmy Kilmister. Após o show, voltamos ao hotel. Ao invés de ficar de plantão esperando a banda no lobby do hotel, dessa vez estávamos até um pouco aliviados por termos a liberdade de tomar um banho, arrumar nossas coisas e dormir para seguir viagem no dia seguinte. Bom, não chegamos a dormir, porque o David, a Bela e eu ficamos conversando até as 4h da manhã, sendo que eu levantei às 6h para ir para o aeroporto #QuemNunca. Mas o objetivo valia a pena, era hora de seguir para São Paulo para o Monsters of Rock!
Monsters of Rock em São Paulo
Cheguei em São Paulo um dia antes do festival. Para mim isso foi ótimo, pois tive o dia de folga da turnê e pude encontrar meus pais que estão visitando a família da minha mãe, que nasceu na capital paulista. Sim, a família questionou como que eu, tendo saído de Porto Alegre e estando em São Paulo, não iria visitar eles em Carapicuíba, mas ficaria bem difícil. Quem conhece São Paulo sabe as dificuldades de se locomover por lá, é quase que literalmente uma corrida contra o tempo. Então eu almocei com meus pais, atualizei eles sobre o show em Florianópolis e logo encontrei a Roberta, e seguimos para a casa dela. Lá passamos a noite conversando, comendo Doritos com molho cheddar (nossa tradição de todas as turnês - recomendo!) e imprimindo adesivos e mini panfletos do Scorpions Brazil. Você achou ou recebeu algum nos shows de São Paulo e Porto Alegre?
É sempre bom descansar um pouco na casa de alguém durante essas turnês. Ficamos mais a vontade, comemos melhor, fazemos as coisas com mais tranquilidade e deixamos a ansiedade um pouco de lado. Acordar no dia seguinte quando tem show já é outra história. Confesso que eu tinha esperanças de conseguir ver todos os shows do Monsters of Rock, mas não foi possível. A produção do Scorpions liberou nossos ingressos por volta das 15h e o festival já estava na metade. Chegamos a achar que liberariam nossos ingressos mais tarde também, então a correria para sair de casa foi inevitável.
Pensamos que não haveria nada de especial com a banda no Monsters of Rock mas, ao retirar nossos ingressos no Allianz Parque, vimos a informação de que haveria sim um meet and greet. E aí começou mais um corre-corre. Já tínhamos encontrado o Newton Júnior de Curitiba (também conhecido como Juninho) na entrada da pista premium então ele e eu saímos procurando por onde seria o acesso ao meet and greet e logo descobrimos, com a ajuda do pessoal da produção do festival. Saímos todos juntos, mas a esta altura já éramos um grupo grande: Roberta, David, Bela, Junior, e eu. Roberta e eu ainda conseguimos nos perder por alguns minutos e o corre ficou mais intenso. Com sorte chegamos no backstage com tempo de sobra e eu ainda realizei um feito extra: Ao chegar no backstage, bastante esbaforida da correria e um pouco desnorteada, dei de cara com Michael Kiske. Para quem não sabe, assim como Scorpions, o Helloween marcou a minha adolescência, e durante uma conversa com o Michael Kiske em 2019, ele me colocou na lista de convidados do Rock in Rio. Foi uma das experiências mais loucas da minha vida, estar no festival com o meu nome na lista do Scorpions e do Helloween! Então este ano eu tive a oportunidade de agradecer pessoalmente este favor que ele me fez. Foi emocionante para mim! Mas de volta a Scorpions, aguardamos mais um bocado ali no backstage. Foi nesse momento que conheci pessoalmente a Larissa Catharine, com quem já andava conversando pelo instagram e pelo Whatsapp. E ali, quando estávamos finalmente todos da equipe juntos, fizemos uma proposta para ela: queríamos que ela fizesse parte do Scorpions Brazil, e ela aceitou de cara. Então sim, nossa equipe cresceu esse ano e estamos pensando em muitas coisas novas para fazer nas redes sociais e manter essa conexão com os rock believers sempre viva.
Espera que segue e recebemos as mesmas instruções novamente: não falar com a banda, não cumprimentar, não tirar selfies, não pedir autógrafos. Mais um meet sem greet. Quinze segundos para a foto e acabou. Dessa vez a banda estava completa para a foto. Após toda a função, nos encaminhamos para a pista premium. Ainda deu tempo de assistir o final do show do Deep Purple, que valeu muito a pena. Então pudemos relaxar um pouco, tomar uma cerveja, tirar selfies e foto do nosso grupo e procurar um lugar para ver o show do Scorpions que começava em seguida.
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Fotos do Meet and Greet
Não foi muito fácil achar um lugar bom, não conseguimos chegar tão perto do palco assim e a maioria dos fãs ao nosso redor pareciam estar apenas guardando seus lugares para o show do Kiss.
Uma pequena decepção do show no Monster Of Rock, para quem conhece os shows da banda, foi ver que a cortina estilo kabuki não pôde ser instalada. A produção tentou, mas precisou desistir no meio do caminho. Isso de forma alguma afetou a performance da banda, é apenas um ponto que nós, que já vimos tantos shows do Scorpions, sabemos que ficou diferente. Assim como a passarela do palco, que também não fez parte da estrutura neste dia.
Estádio lotado cantando o refrão de Wind of Change
Gravado por Patrícia Camara
Após Seventh Sun, eu resolvi caminhar um pouco pelo Allianz Parque e ter diferentes perspectivas do show. Fui mais para trás, onde a pista premium encontrava a pista comum, fui para a as laterais e, da área de descanso, tive uma vista completa do público que estava matador fazendo o coro de Wind of Change em uníssono! Durante a caminhada, encontrei um oásis. Nosso passe VIP nos dava acesso ao Backstage Mirante do estádio, uma área no sétimo andar com open bar, lounge e balada de heavy metal. Eu não tinha nem roupa para estar lá, mas que achado! Lá de cima, uma vista periférica do estádio lotado enquando a banda tocava Still Loving You, mas sem vista do palco. Eu desci para a pista premium novamente para ver o final do show, emocionada pela banda ter tido a oportunidade de tocar para aquele público que se engajou nos principais hits da história dos Scorpions e com certeza criou uma lembrança fantástica para a banda.
Scorpions no Mosnters of Rock | Por David Araújo |
Após o show, chamei todo mundo do nosso grupo para o Backstage Mirante, afinal de contas, nós merecíamos estar ali. Para quem um dia tiver a curiosidade (e condições) de comprar ingresso para a área, eles serviram poke de salmão, donuts, cachorro quente, hamburguer com fritas, açaí no copo, picolés e mini pizzas. De bebidas havia refris, água, cerveja, whisky, drinks e vinho. Era possível descansar também no lounge ao ar livre, com sofás e puffs. O acesso é livre para subir no Backstage Mirante e descer para a pista premium e fica aberto também após os shows. Com certeza é uma experiência que vale a pena. Ficamos por ali até nos mandarem embora (kkkrying) e ainda levamos umas comidinhas para casa. #chinelagem #farofada
Scorpions - Palco do Monsters of Rock | Por David Araújo |
Gratos por termos alguns dias livres antes do próximo show, seguimos todos para Porto Alegre (e a Larissa ainda nos encontrou na cidade no dia so show). Roberta e eu viemos para a minha casa e eu até vivi normalmente por uns dias trabalhando, limpando a casa, indo no mercado, etc, mas já nos preparando para o último show da turnê e processando o que tínhamos vivido nestes últimos dias. Porto Alegre ainda nos entregou mais do que poderíamos imaginar, mas isso vou deixar para o David Araújo contar na próxima parte!